Cinema | Bandas Sonoras | Os Oito Odiados (2015)
Aviso: para ouvir enquanto se lê o post.
Quentin Tarantino está de volta. O seu mais recente filme, o oitavo, "Os Oito Odiados", "The Hateful Eight" no original, estreou nos EUA no dia de Natal, ainda a tempo de poder vir a ser nomeado aos Oscars, e estreia em Portugal a 4 de Fevereiro. No outro dia dei com banda sonora do filme no Spotify e adorei...
Tarantino é um cineasta completo, mesmo que às vezes algumas das experiências que faça possa, eventualmente, correr menos bem. É um cineasta completo porque, tendo o apoio e/ou a criação de outros, pensa tudo, todos os pormenores, desde a realização, passando pelo argumento, fotografia, montagem e até as bandas sonoras. Quase sempre com uma componente original e umas quantas músicas emprestadas a vários artistas, as bandas sonoras dos seus filmes são sempre extremamente cuidadas e perspicazes. As bandas sonoras dos seus filmes são peças por si próprias, que vivem e respiram livremente, não se livrando, de qualquer forma, de serem tarantinianas, mesmo sendo independentes.
O compositor italiano Ennio Morricone, que conta já com 87 anos, está por trás de praticamente todas as bandas sonoras dos filmes de Tarantino, da parte original e dos arranjos. Morricone é autor de muitas bandas sonoras emblemáticas, como por exemplo a do filme "O Bom, o Mau e o Vilão" (1966) de Sergio Leone. Foi através dos filmes de Leone que Morricone passou a ser conhecido e ficou para sempre colado aos chamados westerns spaghetti. As bandas sonoras que compõe e arranja são muito ricas e diversificadas, com referências à música clássica e às bandas sonoras de outros filmes, com voz subtis e dramáticas, levando até ao humor.
O filme "Os Oito Odiados" pode vir a revelar-se uma grande porcaria, mas a sua banda sonora é de uma eficiência dramática extrema, encorpada e sumarenta. Está, aliás, já nomeada para os Golden Globes e espera-se que também venha a ser para os Oscars.