Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

desde 1979

Um blog pessoal sobre várias visões: comida, cinema, música, alguma cultura, política e o dia-a-dia.

desde 1979

25
Fev16

Cinema | Crítica | "Salve, César!" (2016)

Luís Veríssimo

Será que alguém consegue salvar e/ou salvar-se deste "Salve, César" (2016) dos manos Coen? Aparentemente não!

Sinopse: Um fixer (um resolve) tudo, Edward Mannix (Josh Brolin), na Hollywood da década de 1950 esforça-se para manter as estrelas do estúdio para o qual trabalha na linha. Hollywood (EUA), década de 1950. O seu último grande desafio surge quando Baird Whitlock (George Clooney), actor principal da superprodução “Salve, César!”, é raptado a meio das filmagens. Gerir os egos de um sem-número de actores, realizadores, produtores e jornalistas, ao mesmo tempo que tenta encontrar o paradeiro da sua estrela desaparecida, não parece ser tarefa fácil para qualquer um...

O texto seguinte não contém spoilers.

Há uns anos uma amiga minha ao visitar a casa de um nosso amigo em comum, depois de lhe ser mostrada a casa, na sua maior ingenuidade, e sem estar a ser irónica, pergunta: "E o resto da casa?". Lembrei-me muito desta cena quando acabei de ver este "Salve, César!" de Ethan e Joel Coen. Mas onde é que está o resto do filme? O filme que foi prometido nos fabulosos trailers revelados? Onde está? Senti-me enganado, mesmo muito enganado.

Os irmãos Coen têm uma predilecção pela comédia, sobretudo pela comédia negra. Ficaram conhecidos do grande público quando em 1996 juntaram vários géneros e nos deram "Fargo", um thriller policial cómico apimentado com cinema noir. Desde então já somaram quatro Óscares, como realizadores, argumentistas, produtores e editores (montagem). Mas isto tudo não chega para se fazerem sempre bons filmes e também já tiveram a sua quota-parte de flops.

Não quer dizer que "Salve, César!" seja  um flop (ou o venha a ser) ou que seja um mau filme. Aliás a qualidade das imagens é irrepreensível. Mas espremendo bem a película, esta tem pouco sumo. Acontece muita coisa, mas tudo o que acontece está disperso e nem tudo liga no fim. Sinceramente é uma pena, pois, os manos Coen são também conhecidos por coser muito bem as suas histórias mirabolantes e tresloucadas.

Os irmãos quiseram fazer uma homenagem à época de ouro de Hollywood, quando esta começa a ser ameaçada pela televisão e o máscara dos grandes estúdios e das suas estrelas começa a ser inevitável e irreversivelmente visível. Esta sincera e honesta homenagem é soberba e é o melhor do filme. Mas não chega para salvar o filme.

E o que dizer dos actores? George Clooney, Ralph Fiennes, Jonah Hill, Scarlett Johansson, Frances McDormand e Channing Tatum passeiam-se, literalmente. Os únicos que escapam são Josh Brolin, Tilda Swinton e Alden Ehrenreich e mesmo assim... Mas, mais uma vez, não chega. E a culpa não é dos actores, mas sim do subaproveitamento dos seus talentos por parte dos realizadores, produtores, argumentistas e editores irmãos Ethan e Joel Coen... Como diz um velho ditado: muita parra e pouca uva. O que é mesmo uma pena, pois havia ali material para um filme decente, até quem sabe uma obra-prima...

2 estrelas em 5.

Filme visionado a convite da NOS Audiovisuais.

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2015
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub